17 abril 2010

À mesa com ela




Chegou o dia do jantar de despedida de um colega! Uma daquelas raríssimas ocasiões em que conseguimos sair juntos à noite. O único problema é o Alberto, casado com a única prima da Sofia. Para além do parentesco que obriga o Alberto a fazer parte da família dela, agora trabalham no mesmo piso, o que dificulta bastante a nossa existência como amantes.

Como se não bastasse o constante assédio por parte do chefe dela (que além de ser espanhol acha que pode fazer e dizer aquilo que lhe vier à cabeça como se dono dela se tratasse), debatemo-nos com o facto de ter que andar a despistar ou a fugir do Alberto para conseguirmos estar a dois. Habituou-se à ideia de tomar café e almoçar connosco todos os dias no refeitório, e agora nada podemos fazer para lhe tirar isso da cabeça.

Saímos directos do hospital para o restaurante onde iria decorrer o tal jantar de despedida do Francisco. Pessoa distinta no nosso grupo de trabalho que nos fazia assumir as nossas funções e responsabilidades de uma forma única. Porque o respeitávamos, não quisemos faltar. Chegámos juntos. O Alberto estava sentado e simpaticamente guardara dois lugares ao seu lado, que eu teimei em ignorar. Mas a alternativa recaía nas cadeiras próximas do chefe da Sofia. Irritado, dei o prazer ao primo. Durante o jantar as nossas pernas tocaram-se várias vezes. Pude sentir o seu corpo, a sua pele, a sua temperatura sem que ninguém desse conta. Um dos grandes prazeres que tenho por estar sentado a seu lado.

Olhámo-nos. Ambos sabíamos que não era ali que queríamos estar. Sabíamos também que poderíamos sair dali e aproveitar para estarmos um pouco os dois antes de voltar, cada um a sua casa. Só teríamos de despistar o Alberto, que não é tarefa fácil pois o rapaz havia de teimar, mais uma vez, em escoltar a prima até casa. Às vezes, quando já não aguento mais, sou bruto com ele e depois levo com a Sofia porque o coitadinho do Alberto ficou sentido. Chiça!


Sem comentários:

Enviar um comentário