Às vezes apanho o Pedro distraído e fico a olhar para ele.
É bonito, penso.
Não sei precisar o início da nossa guerra.
Não sei dizer ao certo há quanto tempo isto dura... se dois, três, cinco, sete anos?
O que posso dizer é que ele nunca desistiu de conquistar o meu amor.
Acredita que sou a metade da sua laranja.
Devia estar grata por ter um amor como o dele.
Porque sei que é raro ter um amor assim.
E no entanto declarei-lhe guerra. Tenho medo.
E no entanto declarei-lhe guerra. Tenho medo.
Sou injusta? Talvez.
Ele dá-me mais a mim do que eu a ele? É possível, não sei. Só ele poderá dizer.
Ele dá-me mais a mim do que eu a ele? É possível, não sei. Só ele poderá dizer.
Está lá quando é preciso, e tenta dar-me espaço sempre que pressente que me falta o ar. Dá-me forças para enfrentar o dia-a-dia.
É bom acordar e pensar que, não tarda, estará a meu lado.
Quando não está sinto uma dor no peito. Uma dor tipo “A”.
Há dias que quase me permito convençer que o amo.Perco a força para continuar a lutar pelo meu casamento.
Mas existem momentos em que não consigo disfarçar e só me apetece correr para ele, abraçá-lo, beijá-lo e dizer que o amo verdadeiramente. E não o posso fazer.
Não gosto de lhe aumentar o ego.
Mas não é só por isso. Não gosto de falar dos meus sentimentos.
Só que o Pedro consegue captá-los nos gestos, nos olhares, nos pensamentos, no silêncio.
Enfrento uma luta interior constante para não pensar que é com ele que quero estar e largar tudo.
Será que ele sabe?
Quando tento convencer o Pedro de certas coisas, estarei a convencê-lo a ele ou a mim?